No próximo dia 21, estreia nos cinemas o longa nacional Brasil Animado, da diretora Mariana Caltabiano. Primeiro filme brasileiro todo em 3D, a história mescla cenas reais com o mundo imaginário dos desenhos.A aventura, comandada pelos divertidos cachorros Stress eRelax, mostra as riquezas naturais do País. Tudo pela busca da árvore mais antiga do Brasil, o Grande Jequitibá Rosa. O filme já foi comprado pela emissora de TV a cabo Cartoon Network e será transmitido na TV no final do ano em 3D. A diretora paulistana, que adora o mundo dos desenhos, conversou – na última quinta (6) - com a equipe do Jornal Boqueirão.Como foi a criação do longa Brasil Animado, o primeiro nacional a utilizar tecnologia 3D?
Em relação a técnica precisamos comprar um equipamento importado da Alemanha, Sig, que mescla em tempo real as imagens realizadas ao vivo. Para as filmagens utilizamos duas câmeras – ato necessário para filmes em 3D. Neste caso, cada câmera representa um olho. Assim tempo os dois olhares de uma mesma cena. O equipamento nos ajudou a saber na hora se estávamos fazendo aquilo que imaginávamos. Em uma das cenas, por exemplo, projetamos a mão do Relax saindo da tela e com este equipamento conseguíamos ter uma noção quase que exata do que tínhamos alcançado com as cenas.
Já os personagens e cenas em desenho foram realizadas com que técnica?
Escolhemos fazer pelo modo tradicional. Desde os personagens aos cenários, foi tudo feito a mão pela equipe. Utilizamos o computador apenas para a parte de finalização, para digitalizar todos os desenhos. Desta maneira, além do custo ser bem menor e da produção ser mais rápida, também ganhamos em cor e os personagens ficam com mais cara de cartoon. Acho que é pouco de influência do Bob Esponja, Simpsons, que adoro. Outra coisa que me levou a escolher pela técnica tradicional é que a equipe já está acostumada. Desde 2006 trabalhamos assim. Ficamos muito satisfeitos com o resultado.
O que te levou a mesclar cenas reais com o imaginário?
A intenção é mostrar ao mundo o que o Brasil tem de mais belo e lugares tão fascinantes perderiam a grandiosidade e o impacto se fossem em desenho. Por isso, utilizamos o cenografia real, que Deus nos deu de presente, e os personagens em desenho. Em muitos destes lugares fiquei de queixo caído, como as maravilhas de Foz do Iguaçu e Amazonas.
Os personagens, que virarão série de TV, depois dos cinemas, são opostos.Stress é um empresário – dono de muitas empresas, sempre preocupado em fazer dinheiro. Já Relax é o artista, sempre criando e colocando o amigo em muitas aventuras, gerando situações engraçadas. Tudo começou com o desenho Gui e Estopa -trasmitido pelo Cartoon Network, onde Stress e Relax já apareceram produzindo um filme deles.
Quais são e foram as suas principais influências?
Sempre gostei do professor Ludovico, da Disney, que ensinava diversas curiosidades. O Pernalonga que mostrava de maneira divertida a sua visão do país. Acredito que Brasil Animado seja uma versão nacional disso.Filmes em animação estão em alta. Nos últimos anos, muitas produções foram realizadas como Wall-e, Toy Story, Coraline, A Era do Gelo (com direção do brasileiro Carlos Saldanha)... entre muitos outros. Como você avalia as atuais produções de animação?
Os filmes estão sendo muito bem produzidos. Apresentam alta qualidade desde o roteiro, que conquista todos os públicos, a execução e finalização.
Qual sua lista de preferidos?
Ratatouille, Up – Altas Aventuras, Shrek 3, Toy Story 3, que me surpreendeu... Outro que gostei muito, mas não fez tanto sucesso foi o longa Tá chovendo Hambúrguer. Nossa, são muitos. Se for falar de todos que assisti e gostei não paro mais.
Muitos fogem do público infantil. Como você caracteriza o Brasil Animado?
Acredito que conseguimos atingir tanto o público infantil como o adulto. As crianças vão gostar das cores e dos personagens. Já para os adultos, o texto chamará atenção. Fizemos testes com os dois públicos e ambos gostaram.
Você acredita que o Brasil tem potencial para desenvolver mais filmes de animação? Qual seria o principal desafio?
Precisamos encontrar nosso próprio caminho. Não temos US$300 milhões para produzir um Avatar, mas temos personalidade. Utilizar o recurso que temos, junto com nossa criatividade, é a principal para entrarmos neste mercado, que está em alta.
Fonte : http://www.santoscity.com.br/index-rss.asp?InCdMateria=5310&utm_medium=twitter&utm_source=twitterfeed
Autor : Site Santos City
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