Garota Audiovisual

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domingo, 30 de outubro de 2011

Área de captação e pós-produção da Globo só têm profissionais do barulho


A equipe do CPP (Centro de Pós-Produção) da Rede Globo está arrumando as malas e se preparando para participar da 131ª edição da convenção da Áudio Engineering Society (AES Convention - www.aes.org) – a mais importante feira e congresso no setor de áudio do mundo. Além de trocar ideias com fornecedores e outros especialistas do mundo, o time da Globo quer mostrar em seu estande tudo que vem sendo produzido na emissora e as possibilidades de trabalho que os profissionais da área podem encontrar.
O evento terá sede em Nova Iorque e acontecerá entre os dias 20 e 23 de outubro. Para a convenção mundial, a Rede Globo preparou um stand dentro do salão principal (número 358) e espera buscar novos talentos dentro das áreas relacionadas à Engenharia de Áudio para, cada vez mais, ter em seu quadro de funcionários profissionais altamente qualificados.
“Muitos brasileiros estão estudando no exterior, além de outros que já trabalham no setor em produções americanas. Alguns estrangeiros não conhecem a grandiosidade da Globo e o que fazemos aqui. Queremos nos apresentar para estas pessoas”, afirma Rodrigo Meirelles, coordenador de pós-produção do CPP.
Meirelles lembra que, além do domínio técnico dos equipamentos, os profissionais que trabalham na área de pós-produção em áudio devem ter uma forte veia artística. “O profissional deve ter referências de cinema e televisão e gostar do tema para realizar um bom trabalho”, completa. Na área de pós-produção, existem perfis diferentes de vaga, divididos em técnicos e técnicos artísticos.

Profissionais devem ter forte veia artística
São quatro tipos de sonoplastas, e cada um acompanha uma fase do projeto.
Editor de Áudio deve ter um perfil técnico e um ouvido educado para identificar necessidades de correção ou melhoria da qualidade do material que vem das externas.
Já o Sonoplasta de Efeitos cuida do ambiente das cenas, escolhendo e inserindo sons que dão um clima especial às cenas, e recorre aos sons que já existem nas bibliotecas de áudio. “Osonoplasta de efeitos precisa ter uma forte percepção artística para saber que sons compõem o ambiente e dão realidade à cena”, conta Meirelles.
Em parceria com o sonoplasta de efeitos, trabalha oSonoplasta de Folley, que reproduz artesanalmente os sons, em sincronia com as imagens. Meirelles lembra que este profissional noBrasil se formou na experiência diária, principalmente do cinema, e que é raro de se encontrar. “Também é um perfil 100% artístico, mas, se tiver um bom conhecimento de Pro Tools (programa usado na edição), pode estar capacitado também para a função deSonoplasta de Efeitos”, destaca.
Interagindo com todos os outros perfis está o Técnico de Mixagem, responsável pela produção e finalização do produto. “Esta é uma figura que deve ser mais experiente e com perfil de liderança, pois precisa interagir com várias pessoas envolvidas com o projeto, mesmo fora da área de áudio”, conta Meirelles, que está na Globo há três anos. Dando suporte à operação, o Técnico em Suporte deve estar atento a qualquer problema que possam surgir na operação de máquinas e programas. “É uma pessoa com formação de engenharia elétrica, eletrônica, mas que não tem perfil de manutenção. Ele faz o primeiro atendimento e antecipa as necessidades da equipe”, resume o gestor.
A maioria das vagas citadas é ocupada por técnicos de som ou engenheiros, que são treinados internamente para desempenhar estas funções, na falta de uma escola formal que os capacite. “É possível também ganhar experiência no trabalho em filmes eprodutoras de vídeo”, explica Meirelles.
Pós-produção e captação lado a lado
Trabalhando em parceria com a pós-produção está a área de captação, liderada pelo engenheiro e cineasta Carlos Ronconi, que atua há 23 na Globo. Ronconi explica que sua equipe atua em duas frentes: musicais dramaturgia. “A Globo está investindo na exibição de todos os shows relevantes e nós atuamos diretamente nestes projetos. Também damos assessoria na produção geral, principalmente em novelas e minisséries. Para isso, insisto em ter uma equipe formada por profissionais de forte base técnica, mas também com muito conhecimento no tema”, comenta Ronconi.
O gestor explica que o técnico de captação de som direto pode estar nos estúdios gravando dramaturgia ou shows. “Temos um fluxograma parecido com o do Cinema, mas com um prazo bem reduzido, o que demanda uma agilidade maior do profissional”.
Se alguém está buscando um emprego com rotina, esqueça a área de áudio, dizem em coro os gestores. “O profissional precisa ter disponibilidade para viajar e acompanhar gravações em outros estados ou países”, diz Ronconi, que só em 2011, já esteve em Jerusalém, para o Especial do Rei Roberto Carlos, e agora se prepara para ir para Paulínia acompanhar o festival SWU, em novembro.
Ronconi reforça a necessidade de conhecimento técnico, lembrando que hoje, com dois técnicos de som direto, ele consegue pegar os mínimos detalhes de uma cena, sem precisar refazer. “Captamos o áudio em seis a oito canais, distribuindo as fontes de som em microfones nos atores e um para o ambiente. Antigamente, em caso de erro, era preciso chamar novamente os atores para dublar, mas agora, com uma boa captação do , o editor de somtem mais opções para o trabalho final. Ainda assim, precisamos de alguém com forte veia artística e conhecimento técnico”, conclui.

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